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quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Dopplengänger - O Duplo


René François Ghislain Magritte
A Portrait of Edward James - 1937
O Movimento Romântico, principalmente, alemão consagra o duplo na literatura, ou seja, o tema atinge seu apogeu. Em 1796, Jean Paul Richter firma o termo como Doppelgänger que se define por duplo, segundo eu. A tradução literal de Doppelgänger significa aquele que caminha do lado ou companheiro de estrada, “assim designamos as pessoas que se veem a si mesmas”1

Assim que o denominaram Doppelgänger, ou seja, fusão de duas palavras alemãs: doppel, que designa duplo, a réplica, a duplicata e ganger, aquele que vaga, um ambulante, andante. Em algumas lendas germânicas é algo fantástico que tem a capacidade de se mostrar como idêntico de alguém, seja externo ou internamente. E passa a ser o viajante, aquele que ele escolhe e passa a acompanhar.

Há os que especulam que seria o conselheiro in [visível], pois muitos o veem e outros não.
Para a ciência o fenômeno doppelgänger pode ser uma deficiência cerebral nas partes temporal e parietal, seria exatamente onde as sensações sinestésicas e motoras atuam no cérebro e que deveriam estar em equilíbrio, do contrário causa má percepção inconsciente corporal, seja espacial e sinestésica. O sujeito não tem compreensão do corpo e a sensação é autoscópica2 ou extracorporal, explica-se ai quem vê seu companheiro viajante, o doppelgänger.

Muitos estudos foram feitos sobre o tema do duplo, muitos realizados sob o prisma psicológico e dentro da psicanálise. Otto Rank, por exemplo, interessou-se sobre o duplo na literatura e o estudo das personalidades dos autores sob aspectos mitológicos.

Outro estudioso do assunto é Keppler que, exclusivamente, dedica-se ao duplo também na literatura com ênfase à literatura anglo-saxônia e segundo Keppler: "O duplo é ao mesmo tempo idêntico ao original e diferente – até mesmo o oposto – dele. É sempre uma figura fascinante para aquele que ele duplica, em virtude do paradoxo que representa (ele é ao mesmo tempo interior e exterior, está aqui e lá, é oposto e complementar), e provoca no original reações emocionais extremas (atração/repulsa). De um e outro lado do desdobramento a relação existe numa tensão dinâmica. O encontro ocorre num momento de vulnerabilidade do eu original."3

René Magritte
O Duplo Secreto - 1927
Mesmo que o duplo encontre sua apoteose no movimento romântico, e quer venha de um passado remoto o tema ainda é explorado no século XX. Podemos encontrar o duplo em diferentes campos: mitologia, história, filosofia, artes plásticas, literatura, antropologia, sociologia, medicina e psicanálise. O duplo é um caleidoscópio, ou seja, o desdobramento de vários momentos, conceitos e análises. Para o filósofo Rosset: "O tema do duplo é, em geral, associado principalmente aos fenômenos de desdobramento de personalidade (esquizofrênica ou paranoica) e à literatura, particularmente romântica, onde se encontram múltiplos ecos seus: como se este tema dissesse respeito essencialmente aos confins da normalidade psicológica e, no plano literário, a um certo período romântico e moderno. Não é assim, o tema do duplo está presente em espaço cultural infinitamente mais vasto, isto é, no espaço de toda ilusão: já presente, por exemplo, na ilusão oracular ligada à tragédia grega e aos seus derivados (duplicação do acontecimento), ou na ilusão metafísica inerente às filosofias de inspiração idealista (duplicação do real em geral: o ‘o outro mundo’)"4

O termo ilusão reflete o mito do duplo em magia, ou mágica, ou seja, a transformação de um ser/objeto em dois ou o [des] aparecimento destes ou até mesmo o deslocamento e duplicação.
Essa duplicação faz parte de um conjunto complexo, ou seja, é considerado fenômeno nomeado de desdobramento de personalidade, o qual originaram muitas obras literárias e críticas e estudos de ordem filosófica, psicológica e, até mesmo, psicopatológica, ou seja, dentro das psicopatologias, a esquizofrenia5 é um desdobramento de personalidade de índice mais grave da demência.

Onde autores, conturbados em vida, transpassavam para suas narrativas as demências de suas personagens, alucinações, medos, sofrimento em detrimento desses transtornos. Decorrem exemplos como forma de explanação dos temas em nosso estudo, uma vez que autores como E.T.A. Hoffmann, Jean Paul, Maupassant, Hans C. Andersen, Edgar Allan Poe, Robert Louis Stevenson, Oscar Wilde, Dostoievsky, de alguma forma, apresentam em suas narrativas personagens com desordens mentais, principalmente com dupla personalidade e Hoffmann foi um dos autores que mais explorou o assunto, pois como afirma Rank6 “Em quase todas as obras do romancista alemão E.T.A. Hoffmann, que é, sem dúvida, o maior conhecedor do problema da dupla personalidade, tão divulgados na poesia e ficção românticas”.

Ao nos referirmos à dupla personalidade, que é um desdobramento do duplo, lembramos que o mesmo desdobra-se nas personagens sob várias formas. Hoffmann aborda os gêmeos, sósias, usurpadores; Andersen, a sombra; Poe, gêmeos, sósias, perseguidores; Stevenson, na cinzenta Londres, defronta-nos com o usurpador de seu EU, também se vale dos objetos espelho e máscara no sentido conotativo; Dostoiévski, sósia, gêmeos; Pirandello, gêmeos; Hesse, Cortazar e Kafka, o espelho, ou seja, a imagem e o reflexo metamorfoseados em animais [lobo, mutações]; Gogol, parte do corpo; e outros como o pseudônimo, espelho [imagem e reflexo], sombra.

É preciso esclarecer que o duplo se cruza com a metamorfose, ou seja, são distintos, mas intrínsecos. Bravo esclarece que: "O tema da metamorfose e sua relação com o animal cruza-se aqui com o mito do duplo. O homem traz em si seu animal. Ele aparece facilmente no século XX como um mutante que se torna prisioneiro de um outro corpo, ou mesmo se transforma numa parte de corpo, sem degradação do que constitui a característica própria do homem: o pensamento."7

Keppler identificou modalidades para o duplo: o perseguidor, o gêmeo, o (a) bem-amado (a), o tentador, a visão do horror, o salvador, o duplo no tempo. Podemos perceber que se trata de um universo subjetivo. A pergunta que não cansaríamos de responder seria: Quantos lados têm um duplo? Dois. A princípio o externo e interno. O corpo e a alma. O positivo e o negativo. E muito mais, ou seja, o duplo se duplica. Segundo Bravo, “O Mundo é uma duplicata: tudo não passa de aparência, a verdadeira realidade está fora, noutro lugar; tudo o que parece ser objetivo é na verdade subjetivo, o mundo não é senão o produto do espírito que dialoga consigo próprio”8.

Todorov conceitua que: "A manifestação do duplo revela uma existência plural de personalidades, de um eu que se desdobra em outro: a multiplicidade da personalidade, tomada ao pé da letra, é uma consequência imediata da passagem possível entre matéria e espírito: somos muitas pessoas mentalmente, em que nos transformamos fisicamente."9

A isso se soma o que Pierre Brunel denomina: “o duplo é o alter ego”.10 E para Homero: "Habita no homem como um hóspede estranho, um Débil duplo (sua outra Personalidade sob a forma de sua psique) cujo reino é o país dos sonhos. Quando a personalidade consciente adormece, o Duplo trabalha e vela. Tal imagem, refletindo a Personagem visível e constituindo a segunda Personalidade."11

Reconhecer a existência de um duplo, já não é mais  uma igualdade de resultado, e sim um ponto de partida para um novo recomeço. Esse conhecimento, ou manifestação de desdobramento do duplo passa a ser uma experiência de confronto com o duplo que passa a exprimir um estágio de loucura ou então, que cada indivíduo que se confronta ao seu duplo encontra outras vidas que se estabelecem em cada ser. Dessa forma, a literatura tem essa habilidade ou vocação para revelar em cena o duplo, que por princípio tende a invalidar a identidade, ou seja, tudo que é uno é também um múltiplo. Por essa manifestação livre poética é que o duplo, através de escritores, clássicos ou contemporâneos passam a liberar seus herois, que, em sua maioria são duplos desses mesmos escritores, em particularidade aprisionados em um EU uno, fixos como se fosse um molde de personalidade. “A cada nova transformação ele é ele próprio e mais um outro, experimentando as virtualidades que mais lhe fazem falta – uma representação do escritor em sua relação com os personagens, ao mesmo tempo semelhantes a ele e diferentes”.12


Sandra Puff



REFERÊNCIAS
1 RICHTER apud BRAVO, Nicole Fernandez. Duplo. In: BRUNEL, Pierre. Dicionário de mitos literários. Op. cit., 2000, p. 261.
2 Féré (1891) aplica a designação de "autoscopia" à experiência de um médico gravemente enfermo que acreditava ver sua própria imagem como em um espelho. Menninger-Lerchenthal (1935) recusa esta designação, cuja significação etimológica estrita corresponde ao ato de "olhar-se a si mesmo", e a significação clínica, ao ato de "examinar os próprios órgãos". Sollier (1903) distingue nas experiências pessoais de duplicação: a duplicação da pessoa física, a duplicação da pessoa intelectual e a duplicação da pessoa moral. E chama "autoscopia" ou "alucinação autoscópica" à duplicação sensorial. REDE PSI. Disponível em: <http://www.redepsi.com.br/portal/ modules/smartsection/item.php?itemid=992>. Acesso em: 02 fev. 2009.
3 KEPPLER apud BRAVO, Nicole Fernandez. Duplo. In: BRUNEL, Pierre. Dicionário de mitos literários. Op. cit., 2000, p. 263.
4 ROSSET, Clément. O real e seu duplo. Op. cit., 1976, p. 19.
5 A etimologia da palavra esquizofrenia vem de Esquizo = cisão e Frenia = personalidade. Esquizofrenia é a dupla personalidade ou personalidade múltipla. Esquizofrenia. Disponível em: <http://www. psicomix.kit. net/psicsaude.htm>. Acesso em: 14 set. 2008.
6 RANK, Otto. O duplo. Op. cit., 1939, p. 19.
7 BRAVO, Nicole Fernandez. Duplo. In: BRUNEL, Pierre. Dicionário de mitos literários. Op. cit., 2000, p. 281.
8 BRAVO, Nicole Fernandez. Duplo. In: BRUNEL, Pierre. Dicionário de mitos literários. Op. cit., 2000, p. 270.
9 TODOROV, Tzvetan. O homem desenraizado. Op. cit., 1992, p. 124
10 BRUNEL, Pierre. (org). Dicionário dos mitos literários. Rio de Janeiro: José Olympio, 2000, p. 261
11 HOMERO apud RANK, Otto. O duplo. Op. cit., 1939, p. 97.
12 BRAVO, Nicole Fernandez. Duplo. In: BRUNEL, Pierre. Dicionário de mitos literários. Op. cit., 2000, p. 282.

32 comentários:

  1. Sandra querida,
    Belo trabalho! Só para ilustrar, Rosa Montero, no seu A Louca da Casa, para explicar o que é ser romancista, conta a sua experiência, quando ao passar em frente a um Centro de Saúde Mental, um outro eu (dela) se separou (dela) e entrou no Centro, enquanto ela continuava dirigindo pelas ruas de Madri, e conclui "...agora já sei como é internar-se num centro psiquiátrico; agora vivi isso, e se algum dia tiver que descrever num livro, saberei fazê-lo, porque uma parte de mim esteve lá e talvez ainda esteja. Ser romancista consiste exatamente nisto."
    Girassóis nos seus dias. Beijos.

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  2. Olá, Celina...
    Que Bela contribuição!
    Nem sempre as pessoas se arriscam nesses assuntos.
    Vou ficar atenta ao livro que você citou...
    Super Luxo sua participação nesse Post.
    Bjs,

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  3. Assunto fascinante. Na juventude, li "As três faces de Eva" e desde então passei a ter uma visão crítica a respeito. Obrigado por enriquecê-la.
    Beijos.

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  4. Sandra querida,este assunto me fascina e também li,como o amigo acima,"As três faces de Eva"...sempre fui atraida por este tipo de literatura.
    Em minha vida tive a chance ou,melhor dizendo,o desprazer de conviver com pessoas de personalidade bipolar,o que não deixa de ser uma dupla personalidade.Não foi uma experiência agradável, devo afirmar.
    Muito obrigada pelo aprofundamento do tema.

    Bjssssss,
    Leninha

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  5. Sandra, parabéns pelo artigo tão bem delineado e que tanto nos ensina e faz refletir.

    Sua explanação me fez lembrar que em tempos de faculdade, li "UMA VIAGEM ATRAVÉS DA LOUCURA" que serve muito bem de ilusgtração para a frase acima citada em seu texto:

    "produto do espírito que dialoga consigo próprio"(...)

    Estarei pronta pra releitura assim que tiver mais tempo, pois vale a pena!
    bacios caríssima
    "

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  6. Oi Sandra, um assunto pra lá de complexo, e todos temos essas múltiplas personalidades, que na verdade são frações de um "Todo".
    Ainda teria como complicar mais falando das várias realidades paralelas e alternadas como estudei na "Quãntica", mundos dentro de mundos, o Micro dentro do Macro, afff o tico e o teco estão meio que brigando ultimamente então não quero dar curto rsss
    Ahh e pode rir das minhas palhaçadas, é o único meio que encontro de descontrair um pouco de todas essas coisas que temos que lidar.
    Beijos pra ti amiga e um ótimo fim de semana!

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  7. ...entro aqui, eu e meus outros eus,
    e todos saimos mais ricos de saber.

    obrigada por nos acolher tão bem!

    bjokas, minha flor de formosura!

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  8. Oi, Sandra! Ótimo artigo! O duplo aparece, também, na ficção científica, quando ocorre o encontro de dois eus, um feito de matéria e o outro de antimatéria. Aliás, o conselho é o seguinte: nunca toque no seu duplo de antimatéria, pois vocês se anularão e ambos deixarão de existir. :) Gosto dos duplos especulares em "Frankenstein". São tantos que se torna impossível determinar quem narra a história. Para a autora, Mary Shelley, esquizofrenia pouca é bobagem! :) Beijos!

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  9. Olá, Sandra.
    Fiquei lisonjeada com seu comentário sobre minha bailarina... Mas, preciso dizer que os seus escritos me mostram o quanto ainda preciso crescer.
    Já tive vontade de estudar Letras e quando leio seus escritos, essa vontade volta. Muito bom seu estudo sobre o duplo, a duplicidade. Não sabemos mesmo até que ponto existe o que chamamos realidade. A fantasia dita as regras do ser, do pensar, do fazer, do produzir.
    Um abraço,
    Regina.

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  10. Olá, Amigos!
    Estou fazendo uma intervenção aqui nos comentários...
    Está sendo enriquecedor, alguns títulos de livros interessantes já apareceram, creio que isso seja importantíssimo...estão indo para minha lista.
    Leninha, Querida...realmente não deve ter sido fácil, mas você está ai, linda e enriquecedora.
    A Lu, R.R, Isa,Vivi,Regina...que ótimo ter o comentário e apoio seus!
    Para Carla, bem lembrado sobre Mary Shelley, menina, fiz uma oficina sobre a primeira obra de Ficção Científica,[Frankenstein, o Prometeu Contemporâneo]. Júlio Verne quer o título, embora inventou tantas coisas, mas não em se tratanto de dualidades: corpo x alma; corpo x cadáver; criador x criatura; sagrado x profano...etc...Mary Shelley ganha disparado!
    Abraços,

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  11. Olá Sandra,
    O assunto de hoje é por demais interessante.
    Este tipo comportamental,abrange uma franja maior do que se supõe.Tanto o bipolar como a esquizofrenia, mostram-nos o indivíduo como um duplo, com personalidades diferentes, confundindo os que privam com eles. Convivi de perto. Um drama. A propósito, Fernando Pessoa é referenciado sobre a sua duplicidade por causa dos heterónimos.
    Um ótimo e interessante trabalho.
    Bji

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  12. Um assunto muito complexo onde muitas situações podem ser demonstradas.
    O ser ou não ser de uma pessoa. Um pensamento mostra que deve ser assim, o outro diz não e apresenta motivos...
    Outra situação: Um ser saindo de sua parte física e antes de sair do ambiente visualiza o seu corpo dormindo.
    Um assunto, realmente, muito complexo.
    Beijos e bom fim de semana

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  13. Uma bela e clara explanação sobre um tema fascinante e que dá "asas" a diversos enfoques.
    Gostei muito. Uma verdadeira aula.

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  14. Muito bom texto, gostei muito. É um assunto interessante e me atrai muito. Gostei da explicação.
    Bjinhoss Xd

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  15. Meu sapatinho de cristal!
    Vim trazer meu abraço cheio de carinho prá ti,e dizer que vc engrandece todos com seu blog que traz um riquissimo conteúdo intelectual.Vc tem o dom de nos instigar na leitura e até estudar um pouco mais além do dever que se tem,kkkkkkk.
    Tive a oportunidade de ler As três faces de Eva,que conta a existência do distúrbio de personalidade múltipla. Com claras opções e alternativas...vejo que a abordagem aqui não é a de condenar umas tantas teorias ou hipóteses e tentar consagrar outras..., a mensagem sobre o psiquismo humano é importante demais para permanecer,sejam eles científicos ou religiosos.
    Vc é divina menina e nunca me enganou ,viu!
    bjs para aquecer tua inteligência!

    Posso dizert que gostei da foto ,vc e seu maridinho,kkkkkkkkk,eu sabia que um dia ia ver...

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  16. Sandra, passar por aqui é aprender sempre..Belos temas abordas! beijos,lindo fds,chica

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  17. saudade de suas visitas bjus

    pena eu estar sem tempo de ler os blogs com calma abraços

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  18. Oi, Sandra!
    Teu comentário ainda há pouco lá na minha pracinha foi lido, mas não entrou. Então, fui ver na caixa de comentários e estava lá. Colei-o e coloquei-o nos comentários daquele meu post sobre eólicas.
    É sempre um grande prazer tê-la em meu pedaço. Obrigada.
    beijos cariocas

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  19. Fantástico Sandra! Gostei muito do que li, uma matéria bem instigante a respeito da dualidade do homem. Fiz uma formação em Lacan, e fiquei pensando aonde poderia encaixar a fase do espelho, constituição do "eu", onde a criança toma conhecimento de um outro, através da sua imagem gerada pelo espelho.
    Ficaria horas conversando e aprendendo com você, minha amiga.
    Beijocas e ótimo final de semana!!

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  20. Sandra,
    é de conhecimento mundial a capacidade pitonísica de muitos autores literários através de suas obras imortais.A literatura,entre todas as suas facetas, possui esta que vc tão bem argumentou, a de desvendar o comportamento humano e trazer à tona as dubiedades escondidas.
    O que não faltam são obras destacadas no assunto seja por um viés(o dos estudos nas áreas)seja por outro(o de personagens romanceados).
    Tive uma leitura do gênero, ano passado, quando me deparei com: A Ledora de Rendas,de Brumonia Barry,que conta a história de irmãs gêmeas na cidade estigmatizada de Salem.Com a morte trágica de uma delas, a outra irmã revela-se uma ledora de rendas.A trama é policialesca, mas traz contornos fortes no duplo que se presentifica.
    O tema é empolgante e vc expôs todos os vieses que o encorporam fazendo esse artigo enriquecedor.Adoro tomar um cafezinho contigo.
    Obrigada por me trazer tantas preciosidades.
    Bjos,
    Calu

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  21. Nossa, que tema instigante e pra lá de interessante este que você abordou!
    Nunca tinha pensado sobre este ângulo psicológico ligado à literatura e agora, pensando bem, acho que já li algum romance que tenha este tipo de situação que nos explanou. Simplesmente amei conhecer sobre este lado 'duo' por aqui. Obrigada por trazer-me novas luzes a cada dia.
    beijinhos cariocas, muitos.

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  22. Olá minha amada amiga Sandra!
    Miga desculpe a minha demora,mas mudei de residência faz pouco tempo,e estou visitando os amigos na medida do possível.Aja coisa para arrumar,ainda mais fazendo td sozinha,ando mt cansada.

    Muito bom destacar a literatura que são imortais.Ótima escolha.Bom final de semana Sandra.


    Olha só já fui lá no site e fiz para vc,apesar de não ser fluente em inglês.Coloquei o nome do seu blog, e peguei o código,aqui está.


    _______________________________________________

    Tentei deixar aqui,mas não aceita imagem,entra no site:Clica em Plagiarism e clica em prevenir plágio.A não ser que eu deixe no rodapé do meu blog ,ae vc copia e cola no seu blog.Me dê a resposta Ok,ai eu coloco

    http://www.copyscape.com/banners.php?o=r

    _______________________________________________

    Quando quiser vc entra nesta página para escanear Ok

    Search for copies of your page on the web.


    Ah,qdo vc scanear apareçe quem clonou sua página.Plágio é crime e dá processo.Lá no meu blog tem a lei.


    Caso vc quizer mudar a côr ai vc vai lá e muda ok.

    Vc coloca dentro do HTLM do post,(no final da página)onde está escrito HTLM e redigir(não é em redigir)senão sai as letras e não sai a imagem. ok...dá um espaço e coloca no HTLM.


    Espero ter ajudado.Beijos

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  23. Olá, Sandra

    Excelente este tema e excelentemente exposto.Gostei muito desta frase de Bravo:' O Homem traz em si o seu animal'. Parece-me que isto explica em muito a complexidade da personalidade.

    Na literatura, penso que estará inserida nesta temática a multiplicidade do 'Eu' de Fernando Pessoa, autor que se desdobra em muitos e variados heterónimos.

    Bj

    Olinda

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  24. Olá Sandra. Passando por aqui... para desejar um exelente fim de semana pra vc! Gostei muito do texto. Um importante tema que vc se expos tão bém! Bjos e exelente fim de semana.

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  25. Às vezes, quando escrevo, sinto-me exatamente como descreveu - "passam a liberar seus herois, que, em sua maioria são duplos desses mesmos escritores, em particularidade aprisionados em um EU uno, fixos como se fosse um molde de personalidade."
    Foi a primeira vez que li algo que me desse a explicação deste fenômeno.

    Gostaria de contar com o seu apoio para realizarmos a primeira feira dos novos autores, para tanto, precisamos chegar nos 2000 seguidores, exigidos pelo patrocinador que realizará este evento. É muito fácil! Basta seguir http://clubnovosautores.blogspot.com e nos deixar um comentário - " EU APOIO OS NOVOS AUTORES!"
    Aqui, estou te seguindo e contando com o seu apoio!
    Abraços!

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  26. QUERIDA
    SANDRA BELO E RICO LIVROS. QUE BOM APRENDERMOS UM POUCO MAIS PARABÉNS PELA DICA.
    AMIGA ME MANDA A DATA DO SEU ANIVERSÁRIO PARA EU COLOCAR NA MINHA AGENDA. UMA FELIZ SEMANA. COM CARINHO.

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  27. Oi querida!!!

    Tudo bem???

    Eu achei esse assunto muito interessante, eu tenho dificuldade em me analisar, rsrs, quando as pessoas me pedem para eu me definir, eu não consigo!!!

    Bjinhos e tenha uma linda semana!!!

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  28. Olá, Pessoal...
    Obrigada pelos comentários, dicas de livros, agradecimentos pelo post.
    Adriana, vou passar lá no Autores...
    Brisa, também passarei lá...
    Severa, valioso comentário...
    Beth, Calu...Cidinha...Neusa...Aquiles...Olinda...Maruska...Chica...Élys...Simone...Manuela...Rosa...
    Nati, obrigada pelas informações...mas ainda não consegui...sou péssima em informática..kkk, mas estou tentando...
    Abraços,

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  29. Olá Sandra..

    Sou aluna da UFPR Litoral e estou trabalhando com o duplo/doppelganger, mas você não sabe como está sendo difícil ter acesso ao verbete referente a ele do dicionário de mitos do Brunel.. Ou à alguma obra do Keppler que possa me dar uma luz.. Você tem alguma dica?

    Grata, e parabéns pelo blog maravilhoso.

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  30. Olá, Ana Luiza...
    Primeiramente, obrigada por visitar o blog.
    Para você ter uma bibliografia sobre o duplo ou dopplenganger...é super válido procurar o livro de "Nicole Bravo", então encontrará um capítulo do autor "Jean Paul Richter", que trata do assunto...
    Estou na praia, mas posso ver com calma para você.
    Sugiro com segurança a "Nicole Bravo", dê um verificada com calma nas referências bibliográficas que dexei no rodapé do post sobre o duplo.
    Um abraço,
    Sandra

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  31. Sandra, parabéns. Estou postando a mensagem dois anos após o artigo porque somente agora o descobri. Está mesmo interessante e instigante, como disse alguém em mensagem anterior. Gostaria de mencionar um duplo na literatura de Carlos Fuentes. Em Aura, cujo título é um organizador de leitura, o protagonista se vê por várias vezes diante de um duplo que inclusive se revela para ele ao final, já que se reconhece em uma foto antiga. Outros duplos no conto podem ser resultado de sua alucinação, vítima de plantas alucinógenas aspiradas involuntariamente em uma casa sombria (ou assombrada). O interessante do duplo é causar-nos a possibilidade de duas ou mais leituras simultâneas, que às vezes se desfazem por uma explicação científica e nem sempre nos convencem. Nesse caso, suspendemos nossas descrenças e preferimos simplesmente a delícia dos efeitos quase hipnóticos que os duplos causam em nós.
    Grande abraço
    Marisa (Brasil-Ceará)

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  32. Sandra, parabéns! Seguindo os demais, acrescento o conto Aura, de Carlos Fuentes. Parece conto de assombração mas o protagonista tem alucinações e vê imagens duplicadas causadas pela aspiração de plantas alucinógenas que brotam nas paredes úmidas da casa. Vale a pena conferir a construção magistral de Carlos Fuentes.
    Abraço
    Mara (Brasil)

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