Caros,
Vejo bastante documentários, uns muito bons, outros nem tanto assim, outros maravilhosos e outros estarrecedores, destes, um chamou-me muito a atenção, procurei, lógico, pesquisei sobre, até porque já havia ouvido falar sobre o Barão de Münchhausen na Literatura, de Rudolph Erich Raspe, 1758, como mais um personagem louco, imaginativo, etc, etc, e eis que me deparo com um caso alarmante que todos os anos faz centenas de vítmas e, geralmente, o agressor é a mãe. Fica difícil identificar esses casos, e isso é um trabalho árduo, levam meses, anos...Há a necessidade de Equipe Super Preparada, porém, a divulgação, o conhecimento, creio eu, começam a dar Voz aos que, literalmente, não as tem.
Este texto foi retirado do link abaixo, tal qual como apresento aqui, salvo, onde está escrito a palavra [retirado], o qual constava nomes de substâncias usadas, resolvi retirá-las.
Vejo bastante documentários, uns muito bons, outros nem tanto assim, outros maravilhosos e outros estarrecedores, destes, um chamou-me muito a atenção, procurei, lógico, pesquisei sobre, até porque já havia ouvido falar sobre o Barão de Münchhausen na Literatura, de Rudolph Erich Raspe, 1758, como mais um personagem louco, imaginativo, etc, etc, e eis que me deparo com um caso alarmante que todos os anos faz centenas de vítmas e, geralmente, o agressor é a mãe. Fica difícil identificar esses casos, e isso é um trabalho árduo, levam meses, anos...Há a necessidade de Equipe Super Preparada, porém, a divulgação, o conhecimento, creio eu, começam a dar Voz aos que, literalmente, não as tem.
Este texto foi retirado do link abaixo, tal qual como apresento aqui, salvo, onde está escrito a palavra [retirado], o qual constava nomes de substâncias usadas, resolvi retirá-las.
http://www.condeca.sp.gov.br/eventos_re/ii_forum_paulista/c5.pdf
SINDROME DE MUNCHÄUSEN POR TRANSFÊNCIA
Antonio Carlos Alves Cardoso
CONCEITO
É conceituado como sendo a “fabricação” ou “produção” de sinais ou sintomas, pelos pais ou responsáveis,na criança.
O nome da síndrome é uma referência ao Barão Hieronymus Karl Freiher Von Munchäusen, oficial da cavalaria russa no século XVIII e, que costumava contar estórias elaboradas sobre as batalhas sempre com um tom bastante fantasioso e cheio de humor.
Asher, em 1951, percebeu que pacientes procuravam hospitais de Londres, apresentando fantasiosas histórias clínicas, inclusive simulando quadros agudos. O objetivo era estar em contato com o sistema de saúde local.
Meadow, em 1977, observou que alguns pais ou responsáveis adotavam a mesma postura, porém utilizavam crianças para obter o mesmo intuito.
MANIFESTAÇÃO
Esta síndrome pode manifestar-se por meio de 3 formas:
Mentira: o acompanhante relata que a criança apresentou convulsão, vômitos, febre, que não aceita determinado leite etc.
Simulação: este método implica em simulação de sintomas. Como exemplo o acompanhante relata que a criança apresenta vômitos ou urina com sangue (sangue este adicionado, e geralmente do próprio acompanhante).
É documentado que em aproximadamente 25% das ocorrências da síndrome há simulação.
Indução: o acompanhante induz uma doença. Como exemplo administra xarope de [retirado] para induzir vômitos, anticoagulantes, sedativos etc. Observa-se que em 50% dos casos há indução dos sintomas e,em 25%, coexistem simulação e indução.
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico se baseia na anamnese, exame físico e exames laboratoriais. Normalmente é difícil de ser realizado, necessitando uma equipe experiente, composta de médicos, psicólogos e assistentes sociais, já que normalmente o agressor (geralmente a mãe) tem algum relacionamento com a área médica, sendo enfermeira em 35 a 40% dos casos, assistente social em 5%. Mesmo donas de casa, um terço delas tem algum conhecimento em biologia.
Freqüentemente os pais procuram o sistema de saúde com múltiplas queixas, embora já tenham sido avaliados por vários médicos. Na história há referências sobre falta de resposta aos vários tratamentos instituídos. Os sinais e sintomas podem persistir, mesmo com a criança internada, em 75 a 95% das vezes, já que os pais permanecem ao lado dela. Esses sinais e sintomas desaparecem ou melhoram quando os pais se mantêm afastados.
O tempo médio para a realização do diagnóstico é de 3 a 6 meses.
Situações sugestivas da síndrome:
Perplexidade de médicos experientes frente ao caso.
Sinais e sintomas persistentes e recorrentes.
Sinais e sintomas que não respondem à terapia.
Sinais e sintomas que nunca aparecem na presença de testemunhas.
Mães extremamente atenciosas.
Mães com conhecimentos da área de saúde.
Entusiasmo materno com novos exames de laboratório ou novos esquemas terapêuticos.
Testes laboratoriais sem alterações.
Desaparecimento dos sinais e sintomas quando o paciente é monitorado.
INCIDÊNCIA E PROGNÓSTICO
A incidência da síndrome é difícil avaliar devido a dificuldade do diagnóstico. Meninas e meninos sofrem esse tipo de agressão na mesma proporção. A idade dos casos descritos varia de 1 mês a 21 anos, com média de 3 a 4 anos.
As queixas referentes ao sistema nervoso central são mais comuns, responsáveis por 45% do total.
Incluem convulsões, apnéia e depressão.
Os sangramentos são também queixas comuns, sendo a hematúria a mais freqüente. Outras hemorragias podem servir de queixas: melena, hematêmese, diáteses hemorrágicas e sangramentos por outros orifícios. Os sangramentos podem ser simulados, com sangue da mãe ou de outra pessoa, ou com o uso de substâncias coloridas que aparentem sangue. Podem ainda ser induzidos por administração de anticoagulantes, como a [retirado].
As queixas gastrointestinais também são habituais e observadas em aproximadamente 10% dos casos. Os vômitos podem ser induzidos mecanicamente ou com o auxílio de drogas. Algumas vezes, os vômitos podem ter aspecto fecalóide, sugerindo obstrução intestinal. Tal situação é simulada com a adição de fezes ao material do vômito. As diarréias podem ser induzidas com a administração de [retirado].
As queixas de febre são referidas em 10% das ocorrências. A elevação da temperatura pode ser por aquecimento do termômetro ou por injeção de substâncias [retirado] no paciente.
Os rashs cutâneos, observados em 10% dos casos, podem ser induzidos pela aplicação de substâncias [retirado] e tinturas na pele ou, algumas vezes, por meio de escoriações.
Estima-se que 3 a 9% das febres de etiologia indeterminada são por esta síndrome, a qual também seria responsável por casos da Síndrome da Morte Súbita Infantil.
Nos EUA estima-se que 2,7/1000 RN monitorado por apnéia o são devido à síndrome e a mortalidade pode chegar a 9%.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
1. BERKOWITZ, C.D. Pediatric abuse. Emerg. Med. Clin. North Am., v.13, p.321-41, 1995.
2. MAcGUIRE, T.L.; FELDMAN, K.W. Psychologic morbidity of children subjected to Munchausen syndrome
by proxy. Pediatrics, v.83, p.289, 1989.
3. MEADOW, R. Munchausen syndrome by proxi. The hinterland of child abuse. Lancet, v.2, p.243-5,
1977.
4. ROSEMBERG, D. Web of deceit: A literature review of Munchausen syndrome by proxy. Child Abuse
Negl., v.11, p.547, 1987.
5. ZITELLI, B.J.; SELTMAN, M.F.; SHANNON, R.M. Munchausen’s syndrome by proxy and its professional
participants. Am. J. Dis. Child., v.141, p.1099, 1987.