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segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Síndrome de Münchhausen




Caros,
Vejo bastante documentários, uns muito bons, outros nem tanto assim, outros maravilhosos e outros estarrecedores, destes, um chamou-me muito a atenção, procurei, lógico, pesquisei sobre, até porque já havia ouvido falar sobre o Barão de Münchhausen na Literatura, de Rudolph Erich Raspe, 1758, como mais um personagem louco, imaginativo, etc, etc, e eis que me deparo com um caso alarmante que todos os anos faz centenas de vítmas e, geralmente, o agressor é a mãe. Fica difícil identificar esses casos, e isso é um trabalho árduo, levam meses, anos...Há a necessidade de Equipe Super Preparada, porém, a divulgação, o conhecimento, creio eu, começam a dar Voz aos que, literalmente, não as tem.
Este texto foi retirado do link abaixo, tal qual como apresento aqui, salvo, onde está escrito a palavra [retirado], o qual constava nomes de substâncias usadas, resolvi retirá-las.

http://www.condeca.sp.gov.br/eventos_re/ii_forum_paulista/c5.pdf


SINDROME DE MUNCHÄUSEN POR TRANSFÊNCIA




Antonio Carlos Alves Cardoso



CONCEITO
É conceituado como sendo a “fabricação” ou “produção” de sinais ou sintomas, pelos pais ou responsáveis,na criança.
O nome da síndrome é uma referência ao Barão Hieronymus Karl Freiher Von Munchäusen, oficial da cavalaria russa no século XVIII e, que costumava contar estórias elaboradas sobre as batalhas sempre com um tom bastante fantasioso e cheio de humor.
Asher, em 1951, percebeu que pacientes procuravam hospitais de Londres, apresentando fantasiosas histórias clínicas, inclusive simulando quadros agudos. O objetivo era estar em contato com o sistema de saúde local.
Meadow, em 1977, observou que alguns pais ou responsáveis adotavam a mesma postura, porém utilizavam crianças para obter o mesmo intuito.


MANIFESTAÇÃO
Esta síndrome pode manifestar-se por meio de 3 formas:
Mentira: o acompanhante relata que a criança apresentou convulsão, vômitos, febre, que não aceita determinado leite etc.
Simulação: este método implica em simulação de sintomas. Como exemplo o acompanhante relata que a criança apresenta vômitos ou urina com sangue (sangue este adicionado, e geralmente do próprio acompanhante).
É documentado que em aproximadamente 25% das ocorrências da síndrome há simulação.
Indução: o acompanhante induz uma doença. Como exemplo administra xarope de [retirado] para induzir vômitos, anticoagulantes, sedativos etc. Observa-se que em 50% dos casos há indução dos sintomas e,em 25%, coexistem simulação e indução.

DIAGNÓSTICO
O diagnóstico se baseia na anamnese, exame físico e exames laboratoriais. Normalmente é difícil de ser realizado, necessitando uma equipe experiente, composta de médicos, psicólogos e assistentes sociais, já que normalmente o agressor (geralmente a mãe) tem algum relacionamento com a área médica, sendo enfermeira em 35 a 40% dos casos, assistente social em 5%. Mesmo donas de casa, um terço delas tem algum conhecimento em biologia.
Freqüentemente os pais procuram o sistema de saúde com múltiplas queixas, embora já tenham sido avaliados por vários médicos. Na história há referências sobre falta de resposta aos vários tratamentos instituídos. Os sinais e sintomas podem persistir, mesmo com a criança internada, em 75 a 95% das vezes, já que os pais permanecem ao lado dela. Esses sinais e sintomas desaparecem ou melhoram quando os pais se mantêm afastados.
O tempo médio para a realização do diagnóstico é de 3 a 6 meses.
Situações sugestivas da síndrome:
Perplexidade de médicos experientes frente ao caso.
Sinais e sintomas persistentes e recorrentes.
Sinais e sintomas que não respondem à terapia.
Sinais e sintomas que nunca aparecem na presença de testemunhas.
Mães extremamente atenciosas.
Mães com conhecimentos da área de saúde.
Entusiasmo materno com novos exames de laboratório ou novos esquemas terapêuticos.
Testes laboratoriais sem alterações.
Desaparecimento dos sinais e sintomas quando o paciente é monitorado.


INCIDÊNCIA E PROGNÓSTICO
A incidência da síndrome é difícil avaliar devido a dificuldade do diagnóstico. Meninas e meninos sofrem esse tipo de agressão na mesma proporção. A idade dos casos descritos varia de 1 mês a 21 anos, com média de 3 a 4 anos.
As queixas referentes ao sistema nervoso central são mais comuns, responsáveis por 45% do total.
Incluem convulsões, apnéia e depressão.
Os sangramentos são também queixas comuns, sendo a hematúria a mais freqüente. Outras hemorragias podem servir de queixas: melena, hematêmese, diáteses hemorrágicas e sangramentos por outros orifícios. Os sangramentos podem ser simulados, com sangue da mãe ou de outra pessoa, ou com o uso de substâncias coloridas que aparentem sangue. Podem ainda ser induzidos por administração de anticoagulantes, como a [retirado].
As queixas gastrointestinais também são habituais e observadas em aproximadamente 10% dos casos. Os vômitos podem ser induzidos mecanicamente ou com o auxílio de drogas. Algumas vezes, os vômitos podem ter aspecto fecalóide, sugerindo obstrução intestinal. Tal situação é simulada com a adição de fezes ao material do vômito. As diarréias podem ser induzidas com a administração de [retirado].
As queixas de febre são referidas em 10% das ocorrências. A elevação da temperatura pode ser por aquecimento do termômetro ou por injeção de substâncias [retirado] no paciente.
Os rashs cutâneos, observados em 10% dos casos, podem ser induzidos pela aplicação de substâncias [retirado] e tinturas na pele ou, algumas vezes, por meio de escoriações.
Estima-se que 3 a 9% das febres de etiologia indeterminada são por esta síndrome, a qual também seria responsável por casos da Síndrome da Morte Súbita Infantil.
Nos EUA estima-se que 2,7/1000 RN monitorado por apnéia o são devido à síndrome e a mortalidade pode chegar a 9%.


BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
1. BERKOWITZ, C.D. Pediatric abuse. Emerg. Med. Clin. North Am., v.13, p.321-41, 1995.
2. MAcGUIRE, T.L.; FELDMAN, K.W. Psychologic morbidity of children subjected to Munchausen syndrome
by proxy. Pediatrics, v.83, p.289, 1989.
3. MEADOW, R. Munchausen syndrome by proxi. The hinterland of child abuse. Lancet, v.2, p.243-5,
1977.
4. ROSEMBERG, D. Web of deceit: A literature review of Munchausen syndrome by proxy. Child Abuse
Negl., v.11, p.547, 1987.
5. ZITELLI, B.J.; SELTMAN, M.F.; SHANNON, R.M. Munchausen’s syndrome by proxy and its professional
participants. Am. J. Dis. Child., v.141, p.1099, 1987.

13 comentários:

  1. Puxa, fiquei pasma ao ver esses números e incidência de algo tão importante e perigoso como essa síndrome, por tantos bem desconhecida...

    beijos,linda semana!chica

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  2. Muito interessante, Sandra! Li um pouco sobre essa síndrome quando estava me preparando para escrever sobre "House". Você fez bem em retirar do artigo os nomes das substâncias. A gente nunca sabe que tipo de maluco pode se inspirar no que a gente escreve para fazer algo errado. Beijos!

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  3. Mais uma selvageria que não conhecia. O homem não se cansa de inventar formas para agredir. Obrigada por partilhar.
    Girassóis nos seus dias. Beijos.

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  4. Pelo que entendi é uma situação provocada pelos pais. Se os médicos ao realizarem os exames devidos nas crianças constatam ser esta a síndrome, os pais é que deveriam ser tratados.
    Um abraço.
    Tenha uma boa semana.

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  5. Sandra,
    que coisa alarmante.Não tinha tido conhecimento disto até agora ao ler tua postagem.Impressiona cada vez mais o aumento das estatísticas da violência doméstica.Sim, pois esta síndrome, a meu ver, é mais uma versão do caso.
    Obrigada por compartilhar.
    Bjkas,
    Calu

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  6. ...e o ser humano sempre nos surpreendendo,
    tbm de maneira negativa.

    ainda bem que existem os anjos
    nos alertando e instruíndo.

    bjs, anjo lindo!

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  7. Isso assusta, ñ conhecia essa síndrome. Que bom q vc nos informa de tudo.
    Um beijo grande amiga XD

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  8. Oi Sandra, adorei teu coment lá no Sweet, viu? rsrs
    Ah, eu senti que era hora de parar, ando cansada e daqui a pouco o povo todo vai mesmo sair de férias.
    Ahhh, vc gostou das caixinhas lá no blog né? Mas eu queria mesmo dar esse efeito e docinhos, legal rsrs!

    Tb desejo boas festas a ti e família e que 2012 chegue com muita paz pra vc, querida neo-amiga,
    ATÉ!!
    grande beijo com afeto! :)

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  9. Um blog cheio de informações preciosas, atuais*, infelizmente,
    essas agressões às crianças são assustadoras, essa síndrome é alarmante, não conhecia, só temos que ficar "alertas, *eu sou professora de Escola Pública e já vi crianças cheias de hematomas, machucadas demais, em consequência de violências que partem desse monstros "pais; obrigada por partilhar conosco.
    Quero te seguir com o maior prazer, só encontrei acima do lado esquerdo e clikei "SEGUIR", então não sei se deu certo, pois não vi 'seguidores".
    Um abraço de uma professora do Rio de Janeiro, Mery*

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  10. Oi querida Sandra!!!

    Tudo bem amiga???

    Que horror, nunca tinha ouvido falar nisso, existem tantas coisas loucas nesse mundo, que as vezes acho que eu não sou daqui!!!

    Bjinhos!!!!

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  11. Olá, Amigos!
    Primeiramente, obrigada a todos que leram e que podem repassar essa informação.
    Os registros dessa anomalia não são recentes. Muito já se fez para não ser diagosticado como uma doença, até porque o tratamento pouco surte efeito e, enquanto isso, o agressor tem tempo de agir. Sabe-se que em grande parte o agressor também sofreu abusos.
    As autoridades querem sempre o mais importante, depois do diagnóstico, lógico, a custódia da criança, o que é muito difícil, pois são pessoas dissimuladas e perante à sociedade são amáveis, zelosas, sofrem com suas crianças doentes, assim são vistas, fazem o gênero social comportado para a comunidade. Enfim, bastante difícil mesmo.
    O mais importante é que as equipes médicas, as investigativas e as novas leis estão salvando crianças.

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  12. Minha nossa Sandra!!!

    Estou chocada...como pode?????Dou graças à Deus quando não precisamos ir a médicos...estas coisas fogem da minha compreensão...nossa...
    Que coisa...um dia li um livro de psicologia e tive que me indagar...somos todos doentes?Por vezes parece que todo mundo apresenta um sintoma, um trauma, claro muitos conseguem viver de forma saudável,mas quantos psicóticos andam por ai, as vezes bem perto...puxa.
    Beijos!!!
    Bom final de semana!!

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  13. minha linda,depois passarei aqui para absorver direitinho tudo que começei a ler,deixo em aberto para voltar,o trabalho me chama,kkkkkkkkkkk

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