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Máscara - 1905 - Guache sobre Madeira Louis Welden Hawkins |
A máscara pode ser representada de duas maneiras, denota um acessório para cobrir o rosto e tem variados usos, desde os artísticos, veja-se o teatro, lúdico, já na infância as crianças fazem uso das máscaras de seus heróis preferidos, ou mais remoto, o uso de máscara nos bailes, seja nos bailes em festas privadas ou ao ar livre, como em carnavais. O tradicional carnaval de Veneza expressa bem essa arte, é uma tradição que o rosto fique coberto por belíssimas máscaras, um jogo de sedução e anonimato.
A máscara pode ser também uma denotação de proteção literal para quem a usa, como exemplo as máscaras de oxigênio.
A máscara pode ser também uma denotação de proteção literal para quem a usa, como exemplo as máscaras de oxigênio.
Em muitas tribos a máscara passa a ser uma representação para o rito de passagem entre a vida e a morte. Há muitas representações conotativas para a máscara, seja usada como um disfarce, e até mesmo como um símbolo de identificação, uma representante de deuses, espíritos da natureza, seres míticos, sobrenaturais ou animalescas. É o rito de transfigurações, o encobrimento da real identidade.
Os latinos entendiam a palavra máscara como uma derivação de mascus ou masca, que tinha o significado de fantasma, já na cultura árabe a maskharah entendia-se por homem disfarçado ou o palhaço. Não é de se estranhar que o palhaço se disfarça e cobre seu rosto. Talvez, seja dessa natureza que a máscara deixa de ser um simples adereço e torna-se um significante enganoso.
Os latinos entendiam a palavra máscara como uma derivação de mascus ou masca, que tinha o significado de fantasma, já na cultura árabe a maskharah entendia-se por homem disfarçado ou o palhaço. Não é de se estranhar que o palhaço se disfarça e cobre seu rosto. Talvez, seja dessa natureza que a máscara deixa de ser um simples adereço e torna-se um significante enganoso.
Nos dias atuais percebemos em quadrinhos ou em filmes de heróis ou vilões que a máscara não tem só a função de encobrir uma identidade e sim transformar a vida de quem as usa. Explicitamos que cada super- herói usa uma máscara, ou seja, assim que a coloca ele se torna um outro, que não é o mesmo, torna-se um diferente e passa a ter poderes e sua identidade resguardada. Outro é o fantasma da ópera, que por vários motivos físicos e existenciais torna-se um ser protegido pela máscara. Tomamos como exemplo bem atual os internautas que usam avatares para que não se descubra quem realmente o são. Dessa forma, esse objeto, um mero adereço, é transformador, seja de caráter enganoso ou que resguarda a quem o usa.
De qualquer forma, o uso da máscara tem por objetivo alguma proteção, disfarce, intencionalidade de acobertamento ou mesmo o apagamento do real. Pode-se dizer um abando de si mesmo. “O afastamento de si mesmo, o qual sempre acaba por confirmar o seu próprio eu, é igualmente perceptível no afastamento dos outros que não a si próprio, quando parece que estes são ao mesmo tempo indesejáveis e semelhantes”.1
Sandra Puff
REFERÊNCIAS
1 ROSSET, Clément. O real e seu duplo: ensaio sobre a ilusão. Op. cit., 1976, p. 69.