Caríssimos, tenho sido cuidadosa e astuta como um gato o faria ao falar sobre O Gato de Botas, até andei pensando além da conta sobre esse queridíssimo felino. Perceberam como estou sendo até superlativa?, é porque não se trata de um gato só querido, simpático, elegante, carismático e sim de um gato escolado, furtivo, pretensioso, astuto, genial, ligeiramente frágil e extremamente objetivo. Há que se ter cuidado ao falar d`O Gato de Botas, pois ele tem uma legião de fãs.
Como sou observadora e crítica, fui dar uma volta na www. e vi que estaria cometendo um pecado mortal ao querer incriminar O Gato de Botas. Por quê? Porque todos falam bem do gatinho. Mesmo assim começo o desenrolar de meu pequeno estudo, salvo claro, estou falando de um ser de ficção. Tal qual, tudo ocorreu em ficção. E para início, sabe-se que o gato fez parte de um conjunto de uma herança deixada pelo pai aos 3 filhos. Coube ao mais novo o gato. O que o filho mais novo falou sobre o gato, ainda é sigilo.
O gato, esse animal dócil e gentil, viu seu dono chateado e muito ponderado falou: " Não se aflija, meu amo, basta que me dê um saco e mande fazer para mim um par de botas para que eu possa andar pelo mato, e verá que o pedaço que lhe coube na herança não é tão mal assim."(p.51)
E assim o dono fez, o gato ficou a criaturinha mais linda, e tão prestativo a seu dono, é bem verdade que o gato andou passando dos limites como suas novas botas. Ele matou pela primeira vez sem misericórdia, pela segunda vez e muitas outras. Inventou mentiras. Fez favores. Recebeu gratificações. Mas tudo era por uma boa causa, dizia ele convencido de que era isso mesmo. E também chegou a ser conselheiro de seu "amo", que agora o gato o chamava de "Marquês de Carabá", um título e um nome que apareceram de veneta na cabecinha do Sr. Gato, como disse, há que se ter respeito por um gato assim. Disse o Sr. Gato: "Se quiser seguir meu conselho, sua fortuna está feita; basta que vá se banhar no rio no lugar que lhe mostrarei. E deixe o resto por minha conta."(p.53) rsss.
Bom, o agora marquês de Carabá estava apaixonado devido "aos conselhos do Sr. Gato" e tendo uma sorte tremenda, pois a filha de um Rei das redondezas, o qual o gato andava mostrando toda astúcia e sutileza, também estava retribuindo olhares. Mas o gato não estava de todo feliz, ele havia traçado objetivos, então fez o teatro, dramatizou, planejou, ameaçou e ameaçou as gentes pela segunda vez e também iludiu. "Garantiram-me, disse o gato, que você tem o dom de se transformar em todo tipo de animal, que é capaz, por exemplo, de se transformar num leão ou num elefante. É verdade, respondeu o ogro bruscamente. Para lhe dar uma amostra, vou me transformar num leão."(p.55)
O gato deve ter pensado uma infinidade de coisas sobre o ogro, porém com tanto medo do inesperado e talvez, o malvadinho testando suas delicadas unhas retráteis ainda disparou o inimaginável: " Garantiram-me ainda, disse o gato, mas não pude acreditar, que você também tem o poder de tomar a forma dos animais mais pequeninos, que pode se transformar por exemplo num rato, num camundongo. Confesso que isso me parece totalmente impossível. Impossível? - replicou o ogro. Veja só. E no mesmo instante se transformou num camundongo que se pôs a correr pelo assoalho. Quando viu isso, o gato se jogou em cima dele e o comeu."(p.57) Seria melhor dizer: o matou, mas não vamos acabar com o glamour do Sr. Gato, mas fome é que ele não tinha. Queria mesmo era o castelo do ogro, dar ao seu amo e serem ricos para sempre. Dessa forma, " O marquês deu a mão à jovem princesa [...] aceitou a honra que lhe fazia o rei; e naquele dia mesmo casou-se com a princesa. O gato tornou-se um grande senhor e passou a só correr atrás de camundongos para se divertir."(pgs.57-58).
Esse conto é do escritor francês Charles Perrault, publicado em 1697. Charles Perrault foi funcionário do governo de Luís XIX e responsável pela escolha dos arquitetos que projetaram o Palácio de Versalhes e o Louvre!
Mas o que o gato ouviu que ficou em sigilo?
Todos os verbos que o gato usou nesse pequeno estudo sobre a personalidade dele o incriminam. Ele fez tudo o que podia e não podia para agradar seu amo e a si próprio. Mas como foi citado no início, pura ficção. É verdade, ele roubou, mentiu, iludiu, ameaçou, etc, etc....mas matar, só matou perdizes, coelhos e camundongos. Diante de tal evidência e mais a fala de seu recém amo: "Meus irmãos, dizia, poderão ganhar a vida honestamente trabalhando juntos. Quanto a mim, quando tiver comido o meu gato e feito luvas com sua pele, só me restará morrer de fome."(p.50), fica O Gato de Botas, depois de ouvir tal barbárie, livre de qualquer acusação!
O livro que cito as passagens do conto é uma Antologia de Contos: Tradução Maria Luiza X. de A. Borges.
O Gato de Botas no cinema - 2011 [mais uma das milhares releituras, vamos conferir].
Olá Sandra
ResponderExcluirAdorei a sua visita e obrigada por votar.
Bjooooooooooo...................
http://amigadamoda.blogspot.com
Ai que saudade
ResponderExcluirOwww, Renata, poxaaa, que saudade minha amiga de fé, parceira dos projetos, das palestras...to sentindo falta mesmo, viu?
ResponderExcluirThanks por aparecer aqui...
bjs,bjs,